O consumidor brasileiro experimenta os produtos por causa da boa qualidade e do baixo preço. Hoje, a marca própria já entra em mais de 18 milhões de casas no país.
Fazer supermercado é um dilema para quem compra. O que vai para o carrinho? O produto famoso ou a marca do supermercado?
“Eu costumo comprar marca própria para conhecer outras opções no mercado. Às vezes, o preço está mais barato e eu passo a comprar aquela marca”, disse a cliente Luciana Ferreira.
“Tem certas marcas que eu não abro mão, mesmo que você tenha alternativa”, comentou a cliente Vera Lúcia Pimentel.
As marcas conhecidas dividem cada vez mais o espaço com as marcas próprias, que são os produtos que têm a grife de um supermercado ou empresa.
“A marca própria é todo produto ou serviço de um detentor de uma marca, quer seja um atacadista, um varejista, um distribuir, enfim”, explica Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirizações (ABMAPRO).
Donos de supermercados encomendam. Fabricantes vendem o mesmo produto da empresa, só trocam a embalagem. É o caso do empresário João Batista Costa, que produz sacos de lixo há cinco anos, mas há três ele também vende para atacadistas que colocam a marca própria na embalagem. Com isso, a empresa de João Batista começou a crescer 3% ao mês.
“A gente fica contente em saber que nós deixamos de vender saco para lixo. Nós passamos a vender um produto de gôndola de supermercado, como têm outros por aí”, afirma o empresário João Batista Costa.
A fábrica produz 200 toneladas de sacos de lixo por mês – 100 com a marca do empresário e outras 100 com a marca do atacadista. Para garantir a qualidade, ele cumpre as quatrocentas exigências da Associação Brasileira de Marcas Próprias.
“Nós criamos a certificação ABMAPRO pra fornecedores de marca própria e terceirização, onde nós buscamos a harmonização dos critérios mínimos e necessários pra que o fornecedor possa ser aprovado para fabricar marcas próprias”, afirmou Neide Montesano, presidente da ABMAPRO.
O certificado é o atalho na negociação com outros grandes atacadistas. Quem negocia sacos de lixo, conhece as vantagens do selo da Associação Brasileira de Marcas Próprias.
“A primeira vantagem é você não precisa vir toda auditoria do varejo até você. Então, sendo certificado, você já ta liberado para todas essas grandes empresas”, comentou o diretor comercial Rafael Costa.
Assim, o fabricante produz o mesmo saco de lixo com as duas marcas e a mesma qualidade. A fábrica funciona 24 horas. O faturamento é de R$ 4 milhões por ano só com a marca própria.
“Nossa projeção para este ano é a gente ampliar ainda mais a participação nossa de marcas próprias em outros varejos. Diante disso, como tem acontecido, a gente crescer também a nossa marca”, acrescentou o diretor comercial Rafael Costa.
O produto de marca própria chega mais barato ao consumidor por diversos fatores.
“A marca própria não tem mídia, a marca própria não tem custo de marketing, a marca própria não tem custos comerciais que são custos altíssimos. Você enxuga esses custos na cadeia e ele vai para a gôndola com um produto de excelente qualidade onde os fornecedores de marca própria normalmente são fornecedores de grandes marcas também”, disse a presidente da ABMAPRO.
“Às vezes você vê pelo fornecedor, que o fornecedor é o mesmo e o produto de marca própria. Às vezes o preço é inferior, sendo exatamente a mesma qualidade”, diz a cliente Elianete Bortolaia da Silva.
“Eu compro vários produtos de marca própria. Eu compro saco para lixo, para pia e para o banheiro. Eu acho que os produtos de marca própria são ótimos, porque eu acredito que a empresa não ia colocar o nome em um produto que não tem valor”, comenta a cliente Marta Campos.
Além do consumidor, ganha o pequeno empresário, mesmo durante a atual crise financeira.
“Hoje quem não tiver uma marca forte dentro do nosso grande mercado não vai sobreviver. Então, nós precisamos fazer a marca própria e manter a nossa marca também, porque é ela que está nos garantindo fabricação da marca própria”, afirmou o empresário João Batista Costa.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios